O Estado psicológico do Policial Militar após atendimento de ocorrência de vulto

Este artigo investiga o impacto psicológico do atendimento a ocorrências de vulto por policiais militares. A profissão exige constante exposição a situações de risco, o que pode gerar estresse e outros problemas de saúde mental. A pesquisa foi realizada com policiais da Brigada Militar de Porto Alegre, utilizando questionários para avaliar a existência de acompanhamento psicológico. Os resultados apontam para a necessidade de suporte psicológico compulsório, visando minimizar o sofrimento mental dos agentes e garantir melhores condições de trabalho.

Introdução e metodologia

A atividade policial militar exige preparação técnica, física e mental, devido à exposição contínua a situações de risco. O contato diário com violência e criminalidade pode acarretar distúrbios psicológicos significativos. No entanto, o suporte psicológico para esses profissionais ainda é limitado, sendo frequentemente negligenciado pelas instituições.

Diante desse contexto, torna-se essencial compreender os impactos emocionais enfrentados pelos policiais militares. O presente estudo busca investigar como a atuação em ocorrências de vulto afeta sua saúde mental e avaliar a existência de programas de apoio adequados dentro das corporações de segurança pública.1

Em termos metodológicos, a pesquisa utilizou questionários aplicados a policiais da Brigada Militar de Porto Alegre, contendo 28 perguntas, permitindo uma análise qualitativa sobre os desafios psicológicos enfrentados. O objetivo foi identificar o nível de desgaste mental e a busca por ajuda psicológica entre os participantes. O questionário abordou temas como cansaço físico e mental, impacto das ocorrências atendidas e percepção sobre a necessidade de suporte psicológico. A amostra contou com dez policiais, de diferentes patentes e gêneros, com idades entre 30 e 50 anos.

Assim, este artigo destaca a importância do acompanhamento psicológico compulsório para os policiais militares, garantindo suporte adequado e promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e humanizado. A valorização da saúde mental desses profissionais não apenas melhora seu bem-estar, mas também contribui para um serviço público mais eficiente.

1. Direitos e Saúde Mental dos Policiais

A Constituição Federal de 1988 estabelece a saúde como um direito fundamental, garantindo a todos os cidadãos o acesso a cuidados médicos, incluindo os de ordem psicológica. No entanto, na prática, policiais militares enfrentam desafios significativos para obter esse suporte, devido à estrutura hierárquica rígida e à cultura institucional que desvaloriza a busca por ajuda psicológica. Esse cenário contribui para o desenvolvimento de transtornos mentais que podem impactar a vida profissional e pessoal desses agentes.

A dignidade da pessoa humana, princípio fundamental previsto na Constituição, reforça a necessidade de garantir condições adequadas de trabalho aos policiais. Entretanto, a realidade mostra que esses profissionais frequentemente lidam com sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento e escasso apoio emocional. A ausência de políticas efetivas de saúde mental torna-os vulneráveis a problemas como depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância do bem-estar mental para a produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores, especialmente aqueles expostos a situações de alto risco. Relatórios indicam que o estresse crônico pode afetar diretamente o desempenho e a tomada de decisões, elementos essenciais para a atuação policial. A negligência em relação à saúde mental desses profissionais pode comprometer a segurança pública como um todo.

Diante desse cenário, torna-se essencial a implementação de políticas que garantam suporte psicológico contínuo aos policiais militares. Medidas como acompanhamento psicológico compulsório, programas de apoio e campanhas de conscientização podem reduzir significativamente os impactos negativos da profissão. A valorização da saúde mental desses agentes não só melhora suas condições de trabalho, mas também reflete positivamente na qualidade do serviço prestado à sociedade.

2. A Polícia Militar e o Impacto Psicológico da Profissão

A Brigada Militar do Rio Grande do Sul é uma instituição centenária, responsável pelo policiamento ostensivo e pela manutenção da ordem pública. Seu modelo de atuação é baseado em uma estrutura hierárquica rígida e disciplinar, o que pode gerar desafios emocionais aos agentes. Além dos riscos inerentes à profissão, os policiais militares enfrentam fatores como excesso de trabalho, baixos salários e exposição contínua a cenários de violência, fatores que contribuem significativamente para o estresse ocupacional.

A rotina policial exige estado de alerta constante, levando ao desgaste emocional e ao desenvolvimento de transtornos mentais, como ansiedade e depressão. A falta de reconhecimento da sociedade e a alta cobrança interna aumentam a pressão psicológica sobre esses profissionais. Além disso, a necessidade de manter uma postura firme e de controle das emoções pode dificultar a busca por ajuda psicológica, resultando no agravamento de problemas mentais não tratados.

Estudos indicam que a taxa de suicídios entre policiais militares é preocupante, sendo consideravelmente superior à média da população geral. A ausência de um suporte psicológico compulsório dentro das instituições agrava essa situação, tornando fundamental a implementação de políticas de atenção à saúde mental. Programas de apoio psicológico, atendimento especializado e campanhas de conscientização podem minimizar os impactos negativos da profissão, garantindo melhor qualidade de vida aos agentes e maior eficiência no cumprimento de suas funções.

3. Saúde mental do Policial Militar e dados da pesquisa

A Brigada Militar do Rio Grande do Sul é uma instituição centenária, responsável pelo policiamento ostensivo e pela manutenção da ordem pública. Seu modelo de atuação é baseado em uma estrutura hierárquica rígida e disciplinar, o que pode gerar desafios emocionais aos agentes. Além dos riscos inerentes à profissão, os policiais militares enfrentam fatores como excesso de trabalho, baixos salários e exposição contínua a cenários de violência, fatores que contribuem significativamente para o estresse ocupacional.

A rotina policial exige estado de alerta constante, levando ao desgaste emocional e ao desenvolvimento de transtornos mentais, como ansiedade e depressão. A falta de reconhecimento da sociedade e a alta cobrança interna aumentam a pressão psicológica sobre esses profissionais. Além disso, a necessidade de manter uma postura firme e de controle das emoções pode dificultar a busca por ajuda psicológica, resultando no agravamento de problemas mentais não tratados.

Estudos indicam que a taxa de suicídios entre policiais militares é preocupante, sendo consideravelmente superior à média da população geral. A ausência de um suporte psicológico compulsório dentro das instituições agrava essa situação, tornando fundamental a implementação de políticas de atenção à saúde mental. Programas de apoio psicológico, atendimento especializado e campanhas de conscientização podem minimizar os impactos negativos da profissão, garantindo melhor qualidade de vida aos agentes e maior eficiência no cumprimento de suas funções.

Considerações finais

A pesquisa realizada com policiais militares da Brigada Militar de Porto Alegre revelou que a maioria dos agentes enfrenta altos níveis de estresse e dificuldades emocionais após o atendimento a ocorrências de vulto. O questionário aplicado indicou que poucos policiais buscam atendimento psicológico, seja por receio de represálias institucionais, seja por estigma dentro da corporação.

Apesar da existência de um programa de assistência psicológica, verificou-se que seu acesso é limitado e não compulsório, o que leva muitos policiais a evitarem buscar ajuda. O estudo destacou que a falta de suporte adequado contribui para o agravamento de transtornos mentais e para o aumento da taxa de suicídio entre policiais militares, demonstrando a necessidade urgente de ações efetivas.

A pesquisa também apontou que os policiais que receberam algum tipo de acompanhamento psicológico apresentaram melhor desempenho e maior capacidade de enfrentar situações de alto estresse. Isso reforça a importância de uma política institucional voltada para a saúde mental desses profissionais, garantindo um atendimento psicológico estruturado e acessível. Com base nesses resultados, conclui-se que a implementação de acompanhamento psicológico compulsório e a ampliação dos serviços de suporte são fundamentais para reduzir os impactos negativos da profissão e garantir o bem-estar dos policiais militares. Investir na saúde mental desses agentes não só melhora a qualidade de vida individual, mas também promove maior eficiência e segurança na atuação policial.

  1. [1] Desembargadora do Tribunal de Justiça militar (TJMRS). ↩︎

Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/. Acesso em: 11 jan. 2024.

GOMES, Denise Alves Riambau; DE ARAÚJO, Rafael Moreno Ferro; GOMES, Maximiliano Schünke. Incidence of suicide among military police officers in South Brazil: An 11-year retrospective cohort study. Comprehensive psychiatry, v. 85, p. 61–66, 2018.

MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Edinilsa Ramos de; CONSTANTINO, Patrícia. Missão prevenir e proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de Janeiro. Editora Fiocruz, 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório Mundial de Saúde Mental, 2020.

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